FOI oficialmente aberto ontem ao público o primeiro Museu de Pescas construído de raiz para salvaguardar o património cultural pesqueiro nacional, através da pesquisa, recolha, preservação e divulgação da história da pesca no país.

O museu, erguido numa área 3200 metros quadrados, deverá ainda expor artefactos pesqueiros, desde os mais antigos aos actuais, e amostras dos principais recursos-alvo da pesca existente nas águas territoriais nacionais.

Pretende-se também que o museu realize estudos científicos para recuperar a informação histórica e sociocultural sobre a pesca e, na área técnico-artística, restaurar e divulgar as técnicas sobre a evolução da tecnologia de pesca e do pescado.

O Museu de Pesca é composto por duas salas de exposição, interna e externa, onde estão patentes amostras e exemplos reais dos artefactos pesqueiros e outra onde estão instalados aquários com as espécies marinhas existentes no país.

Criado pelo Governo em Maio do ano passado, a infra-estrutura começou a ser construída em 2012 com financiamento do Orçamento do Estado e do Reino da Noruega, num investimento de cerca de cinco milhões de dólares americanos.

A inauguração do Museu de Pescas foi dirigida pelo Presidente da República, Armando Guebuza, que disse, na ocasião, que os seus gestores deveriam criar condições a fim de que o museu contribua para a educação da comunidade sobre a actividade pesqueira de modo a atrair mais cidadãos para este trabalho.

“Isso pode permitir que o país sonhe com um futuro em que a pesca e a aquacultura sejam cada vez mais competitivas. Cada vez mais rentáveis do ponto de vista comercial, desportivo e recreativo”, disse Guebuza.

Para tal, segundo o Chefe do Estado, é preciso que a actividade pesqueira seja desenvolvida respeitando os princípios da preservação do meio ambiente aquático e sustentabilidade da sua exploração para que possa servir as próximas gerações.

Armando Guebuza afirmou ainda que o museu deve contar a história de Moçambique sobre as pescas. Mostrar, informar, formar e educar as comunidades sobre a importância histórica e cultural da pesca e aquacultura.

A cerimónia inaugural do Museu de Pescas contou com presença dos membros do Governo, representantes do corpo diplomático acreditado em Maputo, com destaque para a embaixadora do Reino da Noruega, Mette Masst. Falando na ocasião, a diplomata disse que esta infra-estrutura é um dos exemplos da cooperação entre o seu país e Moçambique, que data de 1977, principalmente no sector das Pescas.

“O Museu de Pescas não deve ser algo estático. Por isso queremos continuar a apoiar o Governo moçambicano para tornar esta infra-estrutura cada vez mais acolhedora, educativa e equipada”, disse a diplomata.

Igualmente presente na cerimónia, esteve o ministro da Cultura, Armando Artur, o qual explicou que o museu foi concebido para retractar o sector das Pescas no país, desde o acervo pesqueiro ao património tangível e intangível.

Afirmou ainda que o museu, dotado de personalidade jurídica e autonomia administrativa, deverá organizar palestras e seminários para a divulgação de informação sociocultural sobre a pesca e servir como atractivo para turistas.